One Tree Hill: A Pequena Grande Série


   Eu estava vendo um vídeo no YouTube sobre séries teens quando One Tree Hill foi citada como uma das melhores do gênero. Até aí ok, mas quando falaram que Chad Michael Murray (crush desde Freaky Friday) era um dos protagonistas do show, eu tive que ir atrás pra assistir. E olha, não foi fácil começar. Quero deixar aqui minha reclamação por essa ser uma das séries mais difíceis de se encontrar pra ver. Ainda bem que agora ela já chegou no GloboPlay, facilitando o acesso. Dito isso, é importante ressaltar que One Tree Hill é um verdadeiro tesouro escondido e merece muito mais reconhecimento do que de fato recebe. Justamente pensando nisso, resolvi fazer um especial, dividido em três partes, falando um pouco sobre meu novo vício em tempos de quarentena. Sem mais rodeios, vamos lá!

Primeira Temporada

 

   No dia 23 de Setembro de 2003, One Tree Hill estreava despretensiosamente na tv americana e então fomos convidados a mergulhar no universo da pequena cidade de Tree Hill. Nesse primeiro contato, a série começava a desenvolver suas tramas com bastante calma, não temos grandes reviravoltas ou plots de perder o fôlego. A primeira temporada serve basicamente para nos apresentar os personagens centrais, conhecer suas personalidades. Não é das minhas temporadas favoritas, mas é apaixonante. Uma das coisas que eu mais gosto nas séries teen dos anos 90/2000, é o fato de que elas retratam a juventude de uma maneira mais real e "crua", são adolescentes passando pela adolescência e ponto. 

   Logo de cara, conhecemos Lucas Scott, que é o personagem central da série, Nathan, Brooke, Haley e Peyton também são os protagonistas, porém é Lucas quem tem uma ligação direta a todos outros personagens da série. É ele quem possui uma paixão platônica por Peyton, é o irmão e completamente oposto (inicialmente) de Nathan, é o melhor amigo de Haley James e de quebra ainda deixa encantada a nossa Queen B, Brooke Davis. 

   Uma das coisas que mais gosto nesse primeiro ano de OTH é de como eles trabalham tão bem as nuances e particularidades dos personagens. Nathan à primeira vista é um bad boy metido, mas esconde toda a pressão que sofre em casa pelo seu pai Dan Scott (também pai de Lucas, porém nunca o assumiu de verdade). Brooke na superfície é a típica líder de torcida popular estereotipada como fútil, porém esconde sua insegurança, carência e coração imenso. Peyton é aparentemente apenas uma garota durona, mas na realidade é a mais sensível dos 5. 

   Dentro dos primeiros 22 episódios, é possível destacar: a relação conflituosa de início entre Lucas e Nathan, o começo do romance de Haley e Nathan e a formação do triângulo amoroso Brooke, Lucas e Peyton. Esse último caso viria a ser um dos principais trunfos da série. É aquela velha história, Brooke se apaixona por Lucas que é apaixonado por Peyton. Inclusive, a traição de Lucas e Peyton com Brooke é um dos momentos que mais me deixam com raiva e querendo proteger a queen B de todo o mal. 

   Na contramão, a relação de Haley com Nathan é só amores. Não é segredo para os fãs de OTH que eles formam o melhor casal do show. É um clichê infalível: a menina nerd se apaixona pelo bad boy e ele por ela, e por causa dela, ele se torna uma pessoa melhor. Aliás, uma das melhores coisas dessa temporada é assistir a evolução de Nathan, sua emancipação e transformação num cara muito bacana. Enfim, Naley é tudo de bom, vale lembrar que a cena do primeiro beijo do casal, ao som de Dare you to move, é uma das mais fofas de todo a série.

Basicamente a primeira temporada é isso. É importante mencionar também os personagens secundários que ganham nosso coração: Mouth, Skills, Whitey, Karen, Keith, Deb todos são um pouco da essência de One Tree Hill.  

Segunda Temporada



   Muitos fãs de One Tree hill acham a segunda temporada meio... Chata. E realmente, nessa temporada temos alguns elementos um pouco irritantes e pra mim, os principais deles tem nome e sobrenome (na real o sobrenome eu nem lembro, pra ser honesta), mas são eles: Félix e Anna. Não sei explicar ao certo o porque não gosto deles, simplesmente os acho irritantes (principalmente o Félix). O único episódio que eu chego a simpatizar com os dois é o 2x05, o episódio dos desafios, um dos mais icônicos e divertidos da série. Foi interessante ver Lucas com um outro interesse amoroso que não fosse Peyton ou Brooke, já que ele e Anna compartilham aquele beijo fofo na cabine de fotos durante os desafios.

   Para ser sincera, eu particularmente não tenho tantos problemas com essa temporada, porque ela prepara terreno para grandes acontecimentos futuros na série. Aqui há dois grandes pilares de sustentação para a história desse ano. O primeiro deles é o relacionamento de Nathan e Haley (já casados! No ensino médio, como se não fosse dar problema né) entrando em crise, com direito a Haley deixando Nathan para sair em turnê com o famigerado Chris Keller. A maioria não gosta dessa reviravolta, eu também não. Mas é interessante ver que no final do dia, Haley, a garota certinha sempre com a cabeça no lugar, é apenas uma menina de 17 anos e que também comete suas loucuras. Mesmo assim, toda a situação não deixa de cortar nosso coração. Sem Haley, Nathan vai até o fundo do poço e podemos ver o quando ela significa pra ele.

   O outro pilar dessa temporada é a relação entre Lucas e Brooke (bom, pelo menos pra mim, grande entusiasta de Brucas). É notório que os dois tem um histórico desde a temporada anterior, com um namoro que acabou devido a traição de Lucas com Peyton, porém é aqui que Lucas de fato se apaixona pela Brooke e se arrepende de ter errado com ela. Nessa temporada eles são apenas amigos, mas é nítido que vai rolar algo mais. Temos muitos momentos fofos entre os dois, com Lucas fazendo de tudo por ela, deixando Félix bem enciumado. A química entre Chad e Sophia, que na época tinham um relacionamento de verdade, é bem forte, dá pra notar o desejo dos personagens só pelo olhar. Destaque para a cena da season finale 2x23, com Lucas finalmente se declarando para Brooke ao som de Wires da banda Athlete, um dos grandes momentos do casal. 

   Outros destaques dessa temporada que valem menções são: o romance de Peyton com Jake, com direito a bastante drama já que o rapaz é pai e tem uma ex meio fora da casinha; a gravação da cápsula do tempo, que de primeira, parece um acontecimento fofo e sem tanta importância, mas que mais tarde, toma proporções trágicas. Temos também o quase casamento de Keith, fruto de uma armação de seu irmão Dan e a tentativa de assassinato sofrida por esse último no 2x23. Aliás pela segunda vez consecutiva esse homem quase morre na season finale, e ainda sobrevive! É o que dizem, vaso ruim não quebra.

Terceira temporada



   Acredito que mais de 50% dos fãs de OTH consideram a terceira temporada a melhor de todas, ou pelo menos uma das melhores. E eu não fujo da estatística, é a minha temporada favorita por diversas razões (alô Brucas), mas principalmente porque aqui todas as tramas se encaixam, são bem abordadas e fluem muito bem. Nesse momento, a série ganha um ritmo de acontecimentos simplesmente alucinante, fazendo dessa a temporada divisora de águas de One Tree Hill. 

   São muitos elementos cativantes, à começar pelo romance de Haley e Nathan, que depois de passar por um grande abalo, finalmente decola de vez. Tudo começa com Haley voltando para Tree Hill decidida a reatar seu casamento.E, olha, não foi fácil. Haley teve de lidar com o fato de que Nate não ia voltar as boas tão facilmente, a pequena fuga dela realmente mexeu com ele e com razão, vamos combinar! E esse é um dos motivos para afirmar que, apesar de meio monótona, a segunda temporada apresenta momentos essenciais para os acontecimentos futuros da série. Se a relação de Nathan e Haley não tivesse passado por essa crise, com certeza não teríamos cenas tão lindas e emocionantes envolvendo esses dois no terceiro ano, porque quando eles voltam, temos os diálogos mais fofos ever. A cena do casamento - agora com todos os amigos e familiares presentes- na season fnale é perfeita. 

   Agora o outro grande casal da temporada é formado por Lucas e Brooke. Pessoalmente, gosto muito dos dois juntos. Como já disse antes, eu acho a química dos dois muito evidente, assim como acredito que o romance dos dois é algo mais real do que o romance entre Peyton e ele, que, na minha opinião, é uma coisa mais platônica, mas que na prática, não funciona tão bem. Eu gosto como Lucas vai descobrindo aos poucos a verdadeira Brooke, a que nós aprendemos a amar por trás daquela pose de patricinha. Gosto como Brooke traz uma leveza ao Lucas e deixa ele mais alegre. Enfim, são vários motivos que me fizeram adorar o casal. E para os fãs de Brucas, essa temporada foi um verdadeiro colírio para os olhos. Nela temos muios momentos memoráveis dos dois: o clássico "I`m the guy for you, Brooke Davis", Brooke entregando as 82 cartas que escreveu para Lucas durante o verão, sem contar minha cena favorita do casal, que traz a declaração de Lucas no meio da chuva. Meu coração fica quentinho quando ele diz "the difference? the difference is i love you Brooke!"

   Falando de Peyton, esse terceiro ano foi difícil para a menina. Ela teve que lidar com o distanciamento de Jake, que deixou a cidade para ficar perto de sua filha e se já não bastasse isso, descobrimos que sua já falecida mãe na verdade não era sua mãe biológica. A revelação acontece através da volta de sua verdadeira mãe a Tree Hill. Eu preciso ser sincera e confessar que tenho uma relação de amor e ódio com Peyton. As vezes acho que ela enxerga tudo de maneira muito pior do que realmente é. Nessa temporada muitas vezes sinto pena e outras vezes tenho um certo ranço. 

   Entretanto, nada nesse terceiro ano foi tão importante e pesado quanto o episódio 3x16. Esse é o melhor episódio de One Tree Hill, não há como negar, é também o mais obscuro. O episódio mostra Jimmy Edwards armado no colégio Tree Hill, depois que a cápsula do tempo vaza para todos os estudantes. A partir daí, é tensão atrás de tensão. Vemos nossos protagonistas tomados pelo medo e desespero. Haley, Nathan, Mouth, Skills, Rachel (personagem nova) e outros são feitos de reféns por Jimmy. Uma Peyton baleada e Lucas estão escondidos na biblioteca, enquanto Brooke foi a única que conseguiu ficar de fora da escola, porém é igualmente tão afetada psicológicamente por esse acontecimento quanto os outros. É forte, angustiante, porém necessário. Os diálogos, atuações e princialmete a citação final de Lucas, tudo é crítica social e lição. É como Peyton fala para Lucas: "Nunca mais seremos os mesmos" e estava certa. 

   Nos minutos finais, ainda temos a morte de Keith por Dan, seu próprio irmão. Com certeza um dos momentos mais eletrizantes e tristes da série. É um fato que depois desse episódio, One Tree Hill nunca mais foi a mesma. Tratando de um tema tão pesado, é preciso aplaudir a coragem dos produtores. 

   Por último, é preciso comentar sobre a season finale dessa temporada. É de se invejar a habilidade da série de criar um paralelo da felicidade com tristeza, prosperidade com a tragédia. Pra mim esse episódio tem dois grandes nomes: Sophia Bush e Bethany Joy. No icônico, The show must go on, temos o belo casamento de Haley e Nathan e justamente quando pensamos que tudo está bem, ocorre o acidente de carro com Rachel e Cooper (tio de Nate e Lucas). A aflição toma conta quando Nathan pula da ponte para tentar salvar os dois, os gritos de socorro de Haley são de arrepiar. Ótima atuação de Bethany Joy. 

   Do outro lado, temos o drama do triângulo amoroso Peyton, Brooke e Lucas. Após a confissão de Peyton de que ainda nutre sentimentos por Lucas, a nossa amada patricinha fica bem brava e, convenhamos, com razão. Antes de entrar de novo em um relacionamento com Lucas, Brooke perguntou diversas vezes a Peyton sobre seus sentimentos em relação ao rapaz e a loirinha sempre negava, até que do nada reativa essa história. E aqui, é preciso dar o reconhecimento necessário à Sophia Bush. A atuação dela nesse episódio é perfeita. Logo na primeira cena, já sentimos a raiva nas palavras de Brooke naquela briga com Peyton. A maneira como ela entrega a frase: "He´s on the door, Peyton, he´s on the damn door, under ME!" é incrível. Sem contar a cena memorável de sua discussão com Lucas, a fala: "I need you to need me back" é uma das melhores de todo o show e a o desabafo de Brooke, que logo depois cai no choro, passa uma verdade tão grande, que parece até um desabafo da própria Sophia com o próprio Chad (os dois atores se casaram e 5 meses depois se divorciaram, devido a uma suposta traição por parte de Chad). Como não se emocionar com o peqaueno momento de trégua dos dois, dançando juntos no casamneto ao som de Boston da banda Augustana. 

   Aliás, a trilha sonora de OTH é um dos pontos altos da série. São vários os momentos musicais marcantes que ficaram na memória dos fãs. O show é responsável por apresentar diversos novos artistas para o grande público, muitos até fizeram aparições. Essa foi inclusive uma forma de incluir a cultura pop da época na série. A banda Fall Ouy Boy, que fez bastante sucesso naqueles anos, realizou várias participações especiais. 

   E é com o mesmo desespero de Haley que terminamos o terceiro ano da série. One Tree Hill termina sua terceira temporada consagrada (pelo menos no meu coração) como uma das  melhores séries teen de todos os tempos. Por aqui também termino a primeira parte do especial de One Tree Hill. No próximo irei comentar a quarta, quinta e sexta temporada.

   
   
   


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pensamentos Aleatórios de Uma Terça-Feira